Responsáveis pelo maior número de prisões de suspeitos de tráfico em Barra Mansa nos últimos anos, desde que assumiram o comando da Polícia Civil na cidade, há menos de um ano, os delegados Ronaldo Brito e Michel Floroschk respectivamente titular e adjunto expuseram na semana passada sua surpresa com a pena aplicada a uma jovem presa em fevereiro. Flagrada com cinco quilos de drogas – cocaína e crack dentro de casa, Patrícia Silva de Oliveira, de 19 anos, foi condenada a dois anos de prisão, em regime aberto pelo juiz substituto da 1ª Vara Criminal do município, Thiago Gondim. Brito considerou a decisão um desestímulo ao trabalho da polícia, fazendo a crítica ao Judiciário justamente na apresentação de um homem apontado como o maior distribuidor de drogas da região Sul Fluminense.
Verdadeiras guerras são travadas
entre a policia e os criminosos,
mas que não ficam presos.
A policia realiza uma investigação
perfeita e um trabalho rapido, mas
a justiça poe tudo a perder
"É uma decisão contrária a todos os princípios e todas as lutas da sociedade contra o uso e o tráfico de drogas. É inaceitável que uma pessoa com cinco quilos de drogas seja tratada como uma traficante de pequeno potencial ofensivo, que não merecer sequer ser presa", desabafou o delegado.- É uma demonstração para os outros traficantes: podem traficar que a Justiça vai ser muito branda com vocês. Esta é a mensagem que o Judiciário de Barra Mansa deu para este caso específico acrescentou. O delegado disse estar certo de que não houve, na operação e no inquérito policial, nenhum procedimento que tenha levado o magistrado a tomar a decisão que ele considerou benéfica para a suspeita: E creio que não. Uma pessoa foi surpreendida em casa com cinco quilos de drogas, quantidade suficiente para produzir mais de 40 mil pedras daquelas drogas.
Na verdade em plena era cibernética,
a justiça brasileira ainda trabalha
com arquivos manuais.
Ha muito tempo os policiais estão
merecendo melhores condições
de trabalho e um salario digno.
Não houve falha nossa nenhuma. O que houve foi um descompasso entre a realidade jurídica e a realidade fática. O mundo jurídico nem sempre condiz com a realidade da sociedade. Brito declarou que a sentença é desestimulante porque os policiais "perdem horas de sono" com investigações para levar à prisão dos suspeitos. Depois de dizer que não é esta a postura na capital, ele afirmou que "um pequeno traficante não fica com cinco quilos de drogas escondidos dentro de casa".
- É preciso colocar isso em discussão. Decisões inaceitáveis como esta vão minando o trabalho da polícia – prosseguiu o delegado, cobrando da imprensa e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) uma posição:
Se não houver uma integração entre
as forças publicas e a justiça
sera praticamente impossível de-se
enfrentar o crime organizado!
Os policiais arriscam suas vidas para
prenderem criminosos de altíssima
periculosidade, que raramente ficam
presos por um bom tempo, essa
situação é bastante desmotivante
aos homens da lei.
"Não pode haver covardia". Segundo Brito e Floroschk, após ouvir a sentença a suspeita teria deixado o Fórum debochando dos policiais.Patrícia foi presa no final de fevereiro na Rua Pedro Barbosa Gama, bairro Nova Esperança. A mochila com as drogas estava no quintal da casa. Ela alegou que um conhecido lhe pedira para guardar a mochila três meses antes e que só a abriu quando retornou de viagem no Carnaval. Disse também que se tratava de droga pensou em informar à polícia, mas sentiu medo, e que ainda teria tentado por três vezes devolver a mochila ao tal conhecido, mas que não o encontrou.
Fonte Foco Regional.
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