Em 1977 foi realizado um experimento a respeito: 60 enunciados foram apresentados a um grupo de voluntários. Eles deveriam avaliar se eram verdadeiros ou falsos. O mesmo exercício foi repetido sucessivamente a cada quinze dias. Notaram então que as pessoas consideravam verdadeiros os enunciados que tinham visto antes, independentemente do quão razoáveis pudessem ser. Ao que parece, este mecanismo de ilusão da verdade funciona devido à existência da “memória implícita”. No experimento indicado, os participantes qualificaram como verdadeiros os enunciados que tinham visto antes. Mesmo que tenham dito claramente que eram falsos, simplesmente os sentiam como “familiares”, e lhes pareciam verdadeiros. A ilusão da verdade ocorre sem a colaboração da memória explícita e consciente.
A mente humana possui pre disposição
em criar um vinculo de realidade com uma
historia bem apresentada, Papai Noel não
existe, mas nos, mesmo os adultos
ainda acreditamos nele.
Uma criatura bestial, onde ate ja criaram
a sua infância, lobisomem, se fizer-mos
uma enquete sobre isso, muitas pessoas
dirão acreditar na existência dessa criatura.
É um resultado direto da memória implícita, um tipo de memória que utiliza as experiências prévias para a execução de tarefas. Uma estratégia de nossa mente para economizar esforços. A memoria implícita está presente, por exemplo, quando amarramos os cadarços. Em um primeiro momento, aprendemos como fazê-lo e depois, realizamos esta operação de forma mecânica. Se temos que amarrar algo diferente do que sapatos, provavelmente usaremos a mesma técnica, mesmo que não seja a melhor. Em outras palavras, tendemos a criar modelos para serem aplicados em situações diferentes. Esta estratégia mental também se aplica a realidades mais abstratas, como as ideias, originando a ilusão da verdade. Isso quer dizer que somos mais propensos a crer em uma ideia ou forma de pensar se ela é familiar e coincide com as experiências vividas, mesmo que esta sensação de familiaridade não tenha por que estar ligada à veracidade. Daí seu perigo e o risco de tomar decisões erradas.
O malandro austríaco Victor Lustig em 1925,
conseguiu a façanha de vender a descomunal
torre Eiffel da França por tres vezes.
Agora se nos colocar-mos nos dias de
hoje com toda essa tecnologia de informação,
não e impossível que outro vigarista
desse naipe também consiga
fazer a mesma coisa.
A ilusão da verdade tem muitos efeitos problemáticos. Entre eles, torna realidade uma velha ordem postulada pelos nazistas. É aquela que diz: “Uma mentira repetida mil vezes se converte em verdade”. Um enunciado que se repete, sendo falso, tende a ser percebido com verdadeiro. A maioria das pessoas não tem interesse, e às vezes tampouco as ferramentas para verificar se algo é certo ou não. Na verdade, a ilusão da verdade é um atalho que a mente toma para evitar fazer mais esforços do que os necessários. Se fizéssemos um exame de tudo o que pensamos e fazemos, terminaríamos exaustos em menos de uma hora. Por que é melhor acordar pela manhã e não de noite? Devemos tomar o café da manhã ou melhor não comer nada no começo do dia? O que comemos no café da manhã é adequado ou somente o fazemos por costume?
Uma mentira secular, mas que engana gerações
de pessoas a vida inteira, sobre o
magico tirando um coelho
de uma cartola.
Alguns políticos nunca saem do poder, mesmo mentindo a vida inteira, não cumprindo os seus compromissos assumidos, porque esses são os grandes manipuladores da verdade.
Se a fabula sobre um nariz crescer a cada
mentira contada fosse real, grande parte
da humanidade teria um nariz descomunal.
É impossível submeter tudo a uma avaliação em busca da verdade. Por isso nosso cérebro nos ajuda e simplesmente organiza a informação com base no que foi aprendido. É uma estratégia para facilitar nosso desempenho no mundo. Um aspecto importante é que a ilusão da verdade, por mais força que tenha, não anula o raciocínio lógico. Isso quer dizer que sempre temos a capacidade de seguir processos que nos permitem entender o que é falso e o que é verdadeiro. Também significa que o poder de manipulação sobre nossa mente é limitado. Ele só nos prende com a ilusão da verdade quando decidimos não usar outras faculdades mais elevadas de raciocínio. Se decidirmos usá-las, a ilusão da verdade se dilui. Como você pode ver, seria interessante questionar os aspectos mais importantes da realidade, e nos perguntarmos por que acreditamos no que acreditamos. Pensamos que algo é verdade por que já ouvimos a respeito várias vezes, ou realmente porque há evidências que indicam isso?
Fonte Readers Diggest.
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