O Racetrack Playa, no Vale da Morte da Califórnia, é marcado por centenas de trilhas criadas por grandes pedras. A cada 10 anos ou mais, essas enormes pedras de cerca de 318 quilos, parecem se mover por conta própria, deixando essas trilhas na superfície do deserto. No entanto, em 2011, pesquisadores da Scripps Institution of Oceanography da Universidade da Califórnia, decidiram resolver o enigma. Como o Serviço de Parques Nacionais não lhes permitiu colocar dispositivos GPS nas rochas, eles trouxeram 15 pedras de tamanho semelhante e as monitoraram. Foram necessários dois anos, mas finalmente conseguiram a resposta. No inverno, a praia às vezes se enche de uma fina camada de água da chuva, que congela durante a noite e forma folhas de gelo.
Como explicar uma pedra que anda
sozinha, e ainda deixa o seu
rastro marcado no chão?
Seus rastros são bastante visíveis, e deixaram
os cientistas de cabelos brancos
tentando explicar esse fenômeno.
O gelo é aquecido pelo sol na manhã seguinte, quebrando-os em pequenos pedaços. Quando uma dessas placas está embaixo das rochas, o fluxo de vento e água empurram a rocha muito lentamente, viajando cerca de 224 metros durante a temporada de inverno. Essa velocidade é devagar o suficiente para que os visitantes não possam ver o movimento, porém, este movimento faz uma trilha na lama que mais tarde se seca para registrar o caminho das pedras. Muitas teorias já diziam que o movimento das rochas tinha relação com vento, água e gelo em camadas grossas, mas nenhuma havia citado o gelo fino. Eu tenho que confessar que fiquei surpreso. Eu realmente esperava que a flutuação fosse uma exigência, mas claramente não era.
Cientistas ficaram por um bom tempo
analisando essa situação para
conseguirem uma resposta
definitiva sobre o fato.
Distancias bem longas percorridas pelas
pedras rolantes, mas que apenas
obedeciam a um fator absolutamente normal.
O gelo era muito mais fino do que eu pensava ser necessário. Foi incrível ver o processo realmente acontecer, disse o coautor Ralph Lorenz, um cientista planetário do Laboratório de Física Aplicada da Johns Hopkins University, em Baltimore. O lago, que geralmente é seco, ocasionalmente inunda no inverno, com chuva ou neve derretida. Como ele fica a cerca de 1,1 mil metros acima do nível do mar, sendo rodeado por montanhas, as temperaturas noturnas podem cair abaixo de zero. Com isso, os lençóis do lago temporário ganham uma camada de gelo fino ou ele pode congelar ainda mais solidamente em algumas ocasiões. Uma rara combinação de água e gelo promove o movimento das pedras, disseram os pesquisadores.
A natureza é capaz de pregar peças
impressionantes, e seus mistérios
se prolongam por muito tempo
sem serem decifrados.
Uma corrida entre as pedras, deixa
registrada no solo suas marcas
bem definidas entre a paisagem.
Para isso acontecer, o gelo da superfície deve ser fino do tipo "vidro", mas forte o suficiente para quebrar em grandes painéis para direcionar as rochas. Por fim, as noites geladas devem ser seguidas por dias ensolarados, com ventos fracos, que quebram o gelo, gerando o movimento das pedras. Depois que o solo seca novamente na primavera e verão, os rastros continuam por lá. Essa teoria agora comprovada cientificamente, demostra que não existia nada de anormal nos movimentos da pedras, apenas a física direcionava tudo. Pois havia o corpo solido (a pedra) o ponto de repouso (o chão) o lubrificante (agua congelada) e a energia (os ventos), e não podemos nos esquecer no sol que realizava o trabalho mais importante, aquecia e derretia gelo que penetrava nas cavidades inferiores da pedra e formava uma superfície bem lisa, a ponto de deslizar lentamente e driar a ilusão de que as pedras se moviam sozinhas. Sem duvida elas se moviam, mas não existia nada de assombroso, apenas as leis da física estavam em harmonia constante.
Fonte Readers
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