A Copa do Mundo no Brasil, em junho de 2014, foi anunciada com muita alegria. Mas quando o assunto é o campeonato mundial, não faltam notícias sobre denúncias de superfaturamento, remoções de moradores de comunidades carentes ou a morte de funcionários na construção dos estádios. Se dentro do país, a ideia de trazer o mundial recebe críticas, lá fora também há quem veja a escolha do Brasil para receber a Copa como uma bola fora da Fifa. O mais recente caso de repercussão negativa sobre a organização do mundial foi do repórter independente Mikkel Jensen, que afirmou ter voltado para a Dinamarca depois de ter visto “o que os gringos não deveriam ver”.
Uma ostentação apenas de
fachada, que não esconde
os problemas sociais do pais!
Apesar dos questionamentos sobre as reais intenções do jornalista, muita gente concordou com as críticas que ele fez ao país. Ainda no ano passado, a brasileira Carla Dauden, de 23 anos, chamou atenção do mundo ao fazer um vídeo onde explica seus motivos para não vir à Copa do Mundo no Brasil. Morando em Los Angeles, nos Estados Unidos, ela criticou os bilhões investidos no mundial em detrimento de assuntos mais urgentes para a população. No Youtube, a gravação já foi assistida mais de quatro milhões de vezes e a imprensa de várias partes do mundo procurou a moça, da BBC à Al-Jazeera. Poderia ser mais uma história falsa na internet, mas não foi. Apesar do texto modificado que se espalhou rapidamente pelo Facebook.
Uma aliança infernal que trara imensas
dividas a um pais em crecimento!
Apenas alguns poucos privilegiados
serão beneficiados com essa aberração.
A revista francesa Football, uma das maiores do mundo sobre o tema, realmente publicou em janeiro desta ano uma reportagem de seis páginas onde analisa a organização da Copa do Mundo no Brasil. Com o título “Medo do Mundial”, a matéria falou sobre os gastos excessivos, o atraso nas obras, a insatisfação dos brasileiros com o evento, além de uma entrevista com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, que declarou: "talvez possa ter dado confiança excessiva no Brasil para organizar o maior evento do futebol mundial".Ja o jornal inglês “The Independent” publicou uma reportagem em março deste ano onde afirmou que a Copa do Mundo no Brasil poderia ficar conhecida como a “Copa da Dengue”. O artigo, assinado por Charlie Cooper, foi ácido nas críticas.
Manifestações generalizadas, são
esperadas durante a duração desse evento.
“Assim como a Copa de 1990, na Itália, foi conhecida pela música ‘Nessun dorma‘, de Luciano Pavarotti, e a de 2010, na África do Sul, consagrou as vuvuzelas, a Copa do Mundo no Brasil pode ficar marcada como a copa da dengue”, escreveu. Há ainda uma entrevista com o pesquisador Simon Hay, da Universidade de Oxford, que já havia feito um alerta sobre o risco de um surto da doença. Hay afirmou que o governo brasileiro tenta tirar o foco do problema. O artigo também traz críticas sobre a morte de funcionários na construção e reforma de estádios e os protestos contra o investimento público com o evento. Os ingleses se tornaram “craques” em criticar o mundial. Além da dengue, o jornal Daily Mail publicou um manual de sobrevivência para quem vier ao país durante a Copa.
Mesmo com investimentos bilionários,
a maioria dos estádios da copa,
serão entregues inacabados.
A seleção da Inglaterra vai estrear no campeonato na cidade de Manaus, no Amazonas, que na descrição da publicação, se assemelha mais com a selva imaginada pelos europeus do que com uma capital. Um dos avisos é para que os torcedores tomem cuidado com cobras, escorpiões e tarântulas encontradas no entorno dos estádios. O técnico da seleção inglesa já havia afirmado anteriormente que preferia jornal do grupo da morte do que na Arena Amazônia, por conta do clima. Mas ele não teve muita sorte. Exagero ou não, o técnico da seleção da Suiça, Ottmar Hitzfeld, fez duras críticas à escolha da cidade amazonense para receber jogos do mundial. Em entrevista à rádio alemã “SWR1”, ele afirmou:
Quem precisar de atendimento
de saude publica durante a copa,
vai sofrer como um condenado.
Depois que ladrões roubaram um
leão de dentro de sua jaula, vai se
esperar o que da segurança no Brasil!
“Acho quase irresponsabilidade termos de jogar futebol em um lugar assim, no meio da selva amazônica. Acredito que o fator determinante nesta escolha tenha sido econômico”. Em março, a revista Fifa Weekly, editada pela organização do mundial, publicou uma reportagem com dez dicas sobre comportamento para turistas. “Brazil for beginners”, algo como Brasil para iniciantes”, aborda a falta de pontualidade dos brasileiros, o contato físico ‘caloroso’ entre as pessoas e aproveita para dar uma alfinetada nos governantes ao explicar que “no Brasil, as coisas são feitas no último minuto. Isso vale até para os estádios”. A reportagem causou alvoroço e rapidamente a entidade esportiva esclareceu que não teve a intenção de ofender. Segundo a Fifa, a intenção era mostrar “a característica descontração do povo brasileiros”.
Fonte C.B.N..
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