O país vive mais um turbulento capítulo em sua democracia. Desde o final de 2014, após o resultado eleitoral, um forte sentimento nacional, criado principalmente em razão do embate eleitoral e divisão social, vem reverberando em mobilizações pró-impeachment da presidente. Há nesse contexto legitimidade em ambos os lados; os que a atacam sustentam seu discurso majoritariamente no estelionato eleitoral (mentira). Algo típico das eleições brasileiras: vendem um produto (candidato/a) pela via da hiper maquiagem publicitária, sob o engenho nacional da divisão maniqueísta do “nós contra eles”, mas que, objetivamente, para quem está mais sólido na análise dos projetos é razoável perceber não haver grandes diferenças dos métodos e narrativas macroeconômicas;
O governo nem imagina na hipótese
de impeachment contra Dilma,
e sorriem tranquilos.
Mas agrande verdade é que o governo
Dilma Rousself esta mesmo por um
fio, e com os dias contados.
Bem como é compreensível que haja engajamento militante em defesa do projeto democraticamente eleito para governar a nação, mesmo que através da mentira aplicada na campanha, comprovada nesses poucos meses de gestão onde o governo buscou rapidamente lançar mão de uma agenda nociva ao povo brasileiro, por instrumentalizar aspectos de risco recessivo e inflacionário.Transversalizando esse processo dualista de defesa e ataque ao governo central, Dilma, reconhecida pela inabilidade de articulação política, sobrevive, junto ao seu dirigente Lula, as constantes denúncias da Operação Lava-Jato, que investiga desvios na Petrobrás, e que para mim tem aspectos parecidos com a Máfia Italiana, de maneira a buscar se blindar sob todos os aspectos que os desvios alcancem sua pessoa.
Os delatores estão a todo vapor e dando
todos os nomes necessários ao juiz
Sergio Moro que não perde tempo
e indiciando todos eles.
O prazo cedido pelo TCU a Dilma se
explicar sobre o rombo de 350 bilhões,
esta se esgotando, restam 12 dias
para ela dar a sua versão.
Ou seja, todos os pontos apresentados até aqui são eminentemente políticos. Cabe então analisarmos se há embasamento jurídico para que esse caldo de insatisfação e mobilizações populares, similar ao de 1992 no impeachment de Collor, se torne material para processo de cassação. Em 1992, o contexto era muito parecido, escândalo de corrupção, desvios, propina a políticos, e indicações de cargos públicos (nada diferente de todos os governos em seus diferentes níveis), mas a diferença é que o material probatório se tornou mais robusto quando se comprovou que as contas utilizadas no esquema coordenado pelo tesoureiro de Collor, o “Pc Farias”, não foram sequestradas como as demais do povo brasileiro.
Também o TSE, colocou Dilma em uma
sinuca de bico, ao convocar o delator
Ricardo Pessoa que supostamente
teria sido chantageado pelo PT.
Na foto abaixo percebe-se o bom
relacionamento entre Dilma Rousself
e o agora delator Ricardo Pessoa.
Desde então, a população assistiu a um conjunto de mentiras assumidas de público, e nem por isso foi pautado cassação de seus responsáveis, políticos de todos os matizes ideológicos utilizam deste expediente como prerrogativa de vitória eleitoral e de governabilidade. Para muitos até, a lógica da disputa política é compreendida exatamente por quem consegue mentir com o menor efeito ofensivo. Mentiras à parte, não existe cabimento legal que tal estelionato possa ser objeto de impeachment, mesmo que a mentira esteja travestida de culpabilidade, o dado concreto que pode fundamentar o processo de cassação é exclusivamente material, com indícios de dolo, de vontade de cometer ou encobertar ato ilícito.
A oposição esta com a faca e
o queijo em mãos e so espera o
tempo certo das coisas acontecerem.
A grande verdade é que uma bomba
relógio foi plantada no governo e
o tempo da explosão esta chegando.
Como sabemos, a história pode repetir os cenários, o caso em questão envolve a divisão dos cargos públicos, propina para políticos, envolvimento de agentes públicos na corrupção e até mesmo o tesoureiro que participou da campanha. Em um volume de desvio sem registro na história das democracias, este escândalo ainda não se materializa de modo a alcançar com elementos probatórios de dolo a presidente, a ponto de ser instaurado processo de cassação. Ainda! Essa ideia de golpe, de causar pânico na população, não resultará na desmobilização dos setores pró-impeachement. O perfil de esclarecimento da militância envolvida não permite esse tipo de estratégia, ainda que neste perfil, muitas vezes é perceptível sopros de ignorância política com o apoio a intervenção militar, algo repudiável sob todos os aspectos, mas reflexo do repudio e heterogeneidade latente na sociedade brasileira.
Fonte A Voz da Bahia.
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