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quinta-feira, 2 de julho de 2015

FRAUDE NAS BLINDAGENS.

Quem compra um  carro blindado pensa que está protegido, que um ladrão pode atirar e a bala não vai passar. Mas uma fraude está colocando em risco a vida de muita gente que conta com a eficiência da blindagem. Mas existe uma denuncia gravíssima sobre uma  empresa que está sendo acusada de pagar propina a oficiais do alto escalão do Exército para receber autorização para vender vidros blindados, e até capacetes militares, que simplesmente não cumprem o que prometem. Se alguém atirar, a bala vai passar. Por dois meses, os repórteres Maurício Ferraz e Diego Zanchetta investigaram essa grave denúncia de corrupção.Quando o trânsito fica parado, muito motorista faz o seguinte: olha para um lado, olha para o outro e fica atento no retrovisor. O medo é que apareça algum ladrão.
Os testes de qualidade dos 
vidros blindados são realizados com 
muito rigor para não haverem falhas.
Pois vidas humanas estão em risco
 se os produtos não estiverem de 
acordo com os padrões tecnicos.
Na capital paulista, a média é a seguinte: cinco carros são roubados por hora. Uma coisa passa pela cabeça: e se o bandido resolve dar um tiro? Blindar o carro para se proteger. É isso o que muitos empresários, artistas, autoridades e profissionais de vários tipos fazem em todo o país. Acham que estão seguros, mas pode não ser bem assim. O Fantástico revela que oficiais do Exército são suspeitos de receber propina para liberar a venda de vidros que não cumprem o prometido, não protegem como deveriam. “Uma verdadeira fraude contra o consumidor que estava se operando”, diz o procurador da Justiça Militar Cláudio Martins. Explosivos, armas, carros blindados. Quem fiscaliza esse tipo de produto controlado é o Exército. Tem que fazer todos os testes e só liberar para a fabricação e venda se estiver tudo correto.
Os equipamentos especiais de blindagem
 so são liberados depois de muitos testes
 de comprovação de sua resistência.
A blindagem A3, que é a mais 
reforçada, esta sendo fraudada
 por alguns oficiais do exercito 
encarregados de fiscalizarem isso. 
Deveria ser sempre assim. Mas Laudenir Bracciali, presidente da Abrablin, a Associação Brasileira das Empresas Blindadoras, conta que ele próprio já teve que pagar propina a um militar no passado. E  este mês, José Jorge dos Santos Filho subiu de patente e agora é primeiro-tenente do Exército. Nos últimos 14 anos, ele trabalhou na Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados, em Brasília. A denúncia do presidente da Associação das Blindadoras contra o tenente Jorge se somou a várias outras, contra mais militares. Foram tantas, que a Procuradoria de Justiça Militar abriu um inquérito para apurar esses crimes. Só o tenente Jorge teria recebido mais de R$ 500 mil em propina, entre 2011 e 2014.“Se nós temos facilidade para conseguir alguma coisa principalmente quando nós estamos falando de um produto que promete guardar a vida humana, isso é inaceitável”, afirma Laudenir Bracciali.
As blindagens especiais devem 
aguentar varios disparos de uma 
arma calibre 44, para serem aprovadas.
De que a adianta estar em um veiculo
 caríssimo a prova de balas
 que não segura as balas?
As investigações mostram que, além do tenente Jorge, outros 11 militares do Exército, inclusive três coronéis, estariam envolvidos no esquema que libera produtos que não protegem como deveriam. O mercado de carros blindados está crescendo. Em média, são vendidos por mês, no Brasil, 1,3 mil veículos. O preço da blindagem vai de R$ 20 mil a R$ 80 mil. Com a ajuda da computação gráfica, fica fácil entender como é um kit completo. Dá para reforçar toda a lataria com uma manta sintética, a mesma usada em coletes à prova de balas. O tanque de combustível também pode ser revestido com essa manta e com aço inox. Já o vidro é feito intercalando camadas de materiais muito resistentes. Um deles é um plástico especial, o policarbonato.
Quando a blindagem esta nos 
padrões normais o motorista sorri
 tranquilo e sem nenhum risco.
Porem se as mesmas não obedecerem
 os padrões técnicos de segurança, 
havera um risco iminente de vida.
O nível 1 é o mais básico: nesse caso, a pessoa que está dentro fica protegida de tiros de revólver calibre .22 e .38, mas se o criminoso atirar com uma arma mais potente, aí a bala passa. Para evitar isso, a blindagem teria que ser mais forte. O nível 3A é o mais usado no Brasil. Aguenta até tiro de um revólver superpotente: calibre .44.Quem compra uma blindado dessas confia no material. O problema é que a corrupção dentro do Exército não era só para liberar documentos. A SER Glass é uma das maiores fabricantes de vidros blindados do Brasil. Está no mercado há seis anos. Em 2009, ela foi reprovada em dois testes do Exército. Os tiros de calibre .44 perfuraram o vidro nível 3A que a empresa queria vender.
Fonte Fantastico.

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