Uma variante de um golpe já conhecido pela polícia está assustando um número crescente de pessoas em São Paulo. O anúncio, por telefone, do falso seqüestro de um parente ganhou "efeitos especiais". Seis pessoas ouvidas pelo jornal "O Estado de S. Paulo" foram vítimas do crime nos últimos 30 dias. Depois de escolher um número, geralmente de forma aleatória, a maioria dos criminosos faz uma chamada a cobrar, em um celular pré-pago, e coloca na linha uma pessoa gritando ou chorando, para simular o desespero do suposto refém.
Ouvir uma frase dessas é á pior coisa do
mundo, mas tudo é uma farsa, onde o
criminoso escolhe um entre varios numeros
telefonicos existentes, e disca!
A voz - muitas vezes as quadrilhas usam gravações - some rapidamente, sem dar tempo para que o parente tente trocar algumas palavras, o que aumentaria o risco de a farsa ser descoberta. Em seguida, começam as ameaças. A ligação costuma ocorrer de madrugada, entre 4 e 5 horas, para pegar a vítima com sono e desprevenida.Foi o que ocorreu com uma jornalista de 50 anos, moradora da zona sul da capital. Às 4h30 do dia 3 de janeiro, ela atendeu ao telefone e ouviu uma voz feminina aos berros: "Mãe, eles vão me matar"Confusa, ela acreditou que se tratasse de uma das filhas, que estavam viajando. Só desconfiou do golpe por um motivo quase cômico. "Uma hora ela disse: 'eles vão matar eu (sic)'. Minha filha não cometeria um erro de português desses." Ela desligou, mas só foi se acalmar quase uma hora depois, quando conseguiu falar com as filhas.
É uma quadrilha especializada
Prevenção
Apesar do susto que tal golpe representa, existem várias formas de identificar a ação criminosa. Uma dessas é se ocorrer a exigência da compra de cartões de telefone celular. "O falso seqüestro, assim como outros golpes, nasceu da necessidade de presidiários por crédito nos celulares pré-pagos para se comunicarem", disse o delegado Fábio Pinheiro Lopes, titular da Delegacia de Estelionatos do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).
Á prova que esse golpe é aplicado utilizando-se numeros telefonicos aleartorios(sorteados), é que o criminoso discou um numero qualquer, e caiu exatamente o numero do ex-vice presidente do Brasil, Jose de Alencar
No passado ate o vice presidente
da Republica quase caiu nesse golpe.
"O uso de vozes ao fundo para simular o seqüestro é só uma variação para aterrorizar as vítimas." A recomendação dele é que o interlocutor não passe nenhuma informação que possa ajudar o criminoso a dar mais veracidade à história. "Eles ficam à espera de a vítima falar o nome de algum filho."Segundo Lopes, os primeiros registros desse tipo de crime ocorreram em 2004, com ligações feitas por celulares de detentos do Complexo de Bangu, zona oeste do Rio. Aliás, todas as pessoas ouvidas pelo Estado descobriram depois que receberam telefonemas do Rio ou de cidades do interior fluminense, como Volta Redonda.
Nessas ocasiões á policia orienta manter á
calma e seguir as orientações abaixo:
Pensando em orientar a população sobre como evitar esse crime, a Polícia Civil do Estado de São Paulo, através da Divisão Anti-sequestro, elaborou uma lista, com 10 maneiras de evitar que o golpe seja aplicado:
01 - Conheça as falas mais comuns: Embora varie nos detalhes, a história dos golpistas é sempre a mesma. Acompanhe as notícias sobre os golpes para se manter informado.
02 - Não receba ligações a cobrar: Se o interlocutor for desconhecido, desligue. Policiais e bombeiros não telefonam para informar sobre acidentes, nem muito menos ligam a cobrar. Geralmente os quem ligam são profissionais dos hospitais.
03 - Não ajude o bandido dando-lhe informações: Exemplo: Ele diz – sua filha sofreu um acidente. E você pergunta: A Paula? O que aconteceu com a Paula? O nervosismo faz com que muita gente, sem perceber, acabe passando aos bandidos, informações que serão usadas para pressioná-las. Em nenhuma hipótese revele ou fale nome de parentes a desconhecidos ao telefone.
04 - Tire os adesivos do carro: Adesivo com o nome de academias, escolas, igrejas são preciosas fontes de informações para os bandidos. Evite e peça aos seus filhos para evitarem.
05 - Oriente bem os idosos: Tanto ou mais do que crianças ou empregados, são as pessoas idosas da família as mais vulneráveis á manipulação dos bandidos. Muitas vezes por se sentirem sozinhas elas prolongam conversas com desconhecidos e acabam por municiar os criminosos.
06 - Use o seu raciocínio: O pânico diante da possibilidade de um parente estar acidentado ou seqüestrado faz com que muitas pessoas deixem de tomar atitudes óbvias, como checar se a informação é verdadeira. Frequentemente as vítimas deixam de ligar para o suposto seqüestrado, não porque são impedidas de fazê-los, mas por falta o raciocínio.
07 - Desobedeça o bandido: Ligue para o suposto seqüestrado ainda que o bandido diga para não fazer isso. Se conseguir contato, o caso está resolvido. Senão, tente um amigo ou parente. A hipótese de um seqüestrador real fazer esta ameaça é remota. Os bandidos não vão matar a vítima e perder seu trunfo, só porque o celular dela tocou.
08 - Desconfie de ligações longas: Segundo a maioria dos registros policiais, 90% dos primeiros contatos telefônicos feitos por seqüestradores reais duram menos de um minuto. Por medo de serem rastreados, eles nunca fazem ligações longas.
09 - Duvide do choro das vítimas: Apelos choros de supostos seqüestrados têm sido usados com freqüência pelos falsos seqüestradores. A polícia sabe que raramente sequestradores de verdade telefonam do mesmo lugar em que está a vítima. Sabem que podem ser rastreados e terem o cativeiro descoberto.
10 - Comunique os fatos à polícia: Se você cair no golpe não deixe de comunicar á polícia Civil 147 ou Militar 190.
Outro golpe também muito utilizado
pelos meliantes, é o chamado golpe do
sorteio, feito por mensagens enviadas pelo celular (Fonte Monitor das Fraudes)
A Delegacia de Estelionatos de São Paulo identificou, há um mês, golpistas que usam aparelhos do Nordeste, mas, nesse caso, enviam torpedos com a suposta premiação de um carro zero-quilômetro, só entregue após a compra de créditos telefônicos.O delegado afirmou também que há dificuldade em contabilizar o falso seqüestro. "As pessoas não costumam fazer boletim de ocorrência, muitas vezes por medo." Ele considera, porém, que a freqüência desse crime vem diminuindo, porque a população está mais atenta.A Secretaria da Segurança Pública não tem um levantamento detalhado desse tipo de crime. Também não há enquadramento jurídico específico: a ação pode ser classificada num B.O. como tentativa de estelionato ou como extorsão - quando a vítima repassa algum valor ao criminoso, para que o suposto refém seja liberado.
Fonte G1
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