Quantas saudades daquelas lutas ferrenhas dos partidos políticos, em plena época da ditadura onde só existiam dois partidos o partido da situação na época A.R.E.N.A.,Aliança Renovadora Nacional, que era o partido criado para dar sustentabilidade ao governo militar, e o partido da oposição o M.D.B. Movimento Democrático Brasileiro, que depois foi transformado em P.M.D.B., ou seja Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com o conservadorismo vigente na época daquela ditadura, e em consequência do A.I. 2.
O P.T. de hoje não é nem sombra daquele
partido guerreiro do passado.
Baixado pelo governo militar, extinguia-se o pluripartidarismo que existia na época, onde os treze outros partidos foram extintos, e implantou-se o bi-partidarismo politico, onde em 20 de Dezembro de 1979, pela lei 6767, o multipartidarismo foi restaurado, a A.R.E.N.A., foi então rebatizada de P.D.S., Partido Democrático Social, que continuava sendo ditadura mais que agora de tom mais suave, e o M.D.B., como partido, como dito acima.
Os políticos de hoje se consideram super-astros, e não tem compromisso nenhum com o debate, apenas aliam-se uns aos outros... e pronto.
Mas mesmo naquelas ferrenhas brigas entre o então candidato ao senado o jovem ex-prefeito de Campinas Orestes Quércia, do M.D.B., e o candidato do governo Carvalho Pinto, A.R.E.N.A, se bem que não poderíamos dizer que isso foi uma briga boa pois o candidato da oposição teve uma votação esmagadora contra o candidato do governo, mas o que ficou evidenciado na historia foi a definição entre situação e oposição, coisa que não acontece nos dias de hoje, onde ninguém sabe quem é quem, e ate o destemido e criticador P.T., "eterno partido de oposição", ja jogou as toalhas e vai com quem esta vencendo.
No passado havia um calaboca pela ditadura,
hoje existe um calaboca pela conveniência.
Relembro de um debate para a Presidência da Republica em 1989, onde se encontraram os maiores nomes da politica brasileira na época, Leonel Brizola, Guilherme Afif Domingos, Paulo Maluf, Mario Covas, onde houve uma grande lavação de roupas sujas ao vivo pela TV, mas ao mesmo tempo também houve uma guerra partidária, onde o nome do partido era exposto diretamente na mídia pelo candidato, em resumo havia uma verdadeira disputa pelo eleitorado.
Paulo Maluf e Leonel Brizola lavaram
muitas roupas sujas em 1989.
Uma nota impressionante sobre o P.T, é que depois que conseguiu a tão sonhada presidência da republica parece que os seus integrantes pararam no tempo, não se interessam nem um pouco em prepararem um candidato á altura, no maior colégio eleitoral do Brasil que é São Paulo, e estão aos poucos caindo, em decadência por ja algum tempo não conseguem lançar um candidato forte que possa ficar frente a frente com o dono da bola P.S.D.B., e o esta afunilando cada vez mais.
O que era para ser debate, vira conchavo,
e dai não existe mais disputa.
Apesar de ja ter o presidente Lula por dois mandatos e agora a sua substituta Dilma Roussef, o P.T., dos 26 estados brasileiros, possui apenas cinco governadores perdendo feio para o P.S.D.B., que elegeu oito governadores em 2010, tudo vem ocorrendo porque o Partido dos Trabalhadores perdeu toda a sua identidade, quando deixou a oposição e passou para a situação, provando que sempre foi mais facil falar do que fazer, não que o P.T não tenha feito uma boa politica, e um bom governo, mas poderia ter sido muito melhor se o P.T, continuasse com sua mesma ideologia inicial.
Até o polemico professor Jânio Quadros, conseguiu dar a volta por cima e vencer o todo poderoso candidato Fernando Henrique Cardoso para á prefeitura de São Paulo em 1985, numa disputa acirradíssima.
E isso não seria tão grave se esse partido não se aliasse aos outros partidos, e deixasse de ser a pedra no sapato de alguém, só para se ter uma ideia o governador Alckimim consegue ter na Assembleia Legislativa de São Paulo maioria absoluta, tudo o que ele quer ele consegue, tudo o que ele poe em votação ele consegue, não existe mais aqueles debates duradouros e saudáveis que faziam muito bem a democracia, hoje o que existe é um corporativismo amplo e restrito, onde voga o jogo de interesses pessoais, partidários, amem.
Hierarquia do P.T, pode estar indo por água
abaixo nas próximas eleições.
E agora o P.T. praticamente sem ter muita opção e totalmente desgastado politicamente pelas diversas denuncias de corrupções dos governos passados, lança um candidato que ja entrou derrotado, o ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad, (aquele mesmo responsável pelos micos do E.N.E.M.), tudo o que o P.T. havia ganho nessas estrondosas vitorias do Lula, vai sendo jogado por aguá abaixo se o partido não se reciclar e mudar sua filosofia, e começar como no passado.
Ninguem mais sabe definir entre situação e oposição, ninguém sabe mais quem é quem na politica brasileira.
Incomodar os concorrentes, e deixar de ser um simples competidor desinteressado. O P.S.D.B., esta se solidificando e é muito forte no maior colégio eleitoral do Brasil, e com certeza conseguira eleger um presidente da republica na próxima eleição se nada for modificado na estrutura não só do P.T., mas também dos outros partidos, os únicos políticos do P.T, que podem fazer frente ao crescimento do P.S.D.B., nas próximas eleições presidenciais, são o ex-presidente Lula pela sua grande popularidade ainda em evidencia, e á presidenta Dilma, isso é se ela conseguir finalizar seu governo "sem grandes novidades".
Fonte G1.
Fonte G1.