TÓQUIO — A preocupação era grande neste sábado no Japão, após uma explosão de madrugada, hora de Brasília, no reator Nº1 da usina nuclear de Fukushima Nº1, situada a 250 km ao norte de Tóquio.
O fato aconteceu no dia seguinte ao terremoto de magnitude 8,9, seguido por um tsunami, que devastou o nordeste do país, deixando pelo menos 1.700 mortos e desaparecidos.
Pobre em recursos naturais, o Japão supre suas necessidades energéticas com um vasto parque de usinas nucleares, que as autoridades sempre afirmaram estarem capacitadas para aguentar terremotos.
A explosão aconteceu às 15H36, hora local (03H36 de Brasília) na usina nuclear de
Fukushima N°1 (nordeste).
Uma catastrofe sem igual, tudo foi arrastado
pela força das aguas!
Vários funcionários ficaram feridos, informou a televisão pública NHK.
Os problemas começaram após o forte sismo de sexta-feira. O reator superaqueceu e militares da força aérea americana chegaram a vir em ajuda, levando líquido de resfriamento para o local durante a madrugada deste sábado.
Antes disso, companhia elétrica que administra a instalação, a Tokyo Electric Power (Tepco), recebeu instruções de abrir as válvulas do reator para soltar o vapor radioativo e baixar a pressão interna, que estava particularmente elevada.
Um nível radioativo mil vezes superior ao normal foi detectado pela manhã na sala de controle do reator Nº1 da usina Fukushima 1 e o primeiro-
ministro japonês Naoto Kan ordenou a evacuação da população num raio de
20 km da
estação.
Uma avalanche de agua que formou um
amontoado de entulhos
A Agência de Segurança Nuclear e Industrial informou que uma fusão poderia estar se produzindo no interior do reator.
Césio radioativo foi, de fato, detectado ao redor da central, o que pode comprovar a ocorrência de tal fenômeno, segundo um especialista.
A oposição contra a indústria nuclear é forte no Japão. A cada ano, milhares de pessoas se reúnem para relembrar as vítimas das duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945.
Mas, ante a pobreza de recursos naturais do arquipélago, a energia nuclear civil é considerada um mal necessário. São mais de 50 reatores espalhados pela costa do Japão, suprindo 30% das necessidades elétricas do país.
Carros eram arrastados como se fossem de brinquedo!
Esses reatores foram construídos para suportar os tremores sísmicos e parar automaticamente em caso de um abalo muito forte. Onze deles, situados nas zonas mais atingidas pelo terremoto de ontem, pararam automaticamente.
Uma outra usina nuclear da região, a Fukushima N°2, também registrou problemas no sistema de resfriamento de quatro reatores. A Tepco adotou também medidas de prevenção, com a população sendo retirada das proximidades.
Antes de tomarem conhecimento destes incidentes, os japoneses constataram, de madrugada, um espetáculo de desolação.
"Foi o mais importante tremor desde a era Meiji (1868 a 1912) e muita gente deve ter morrido", declarou o porta-voz do governo.
O medo de todos agora é á possibilidade de
um acidente nuclear!
Segundo o Greenpeace, os danos causados vão mergulhar o Japão "em uma crise nuclear de consequências potencialmente devastadoras".
Se uma fusão ocorrer dentro do reator, "há possibilidade de uma maior dispersão de radioatividade no meio ambiente", informou James Acton, físico que examinou a usina de Kashiwazaki-Kariwa após o terremoto de 2007.
Se isso acontecer, "existe o risco de câncer em longo prazo e este é o principal perigo", declarou à CNN.
Em meio a este cenário, o exército japonês encontrou entre 300 a 400 corpo
voluntários, apoiados por 190 aviões e dezenas de navios nas zonas sinistradas do
s no porto de Rikuzentakata, que se somam aos entre 200 e 300 cadáveres descobertos numa praia de Sendai (nordeste, prefeitura de Miyagi) depois da passagem da imensa onda de mais de 10 metros.
Uma operação maciça de socorro está sendo realizada com o auxílio de 50.000 soldados e
litoral do Pacífico.
Containeres mas pareciam caixas de
fósforos amontoadas!
Segundo a polícia, 215.000 pessoas foram levadas a abrigos no Norte e no Leste do país. Segundo a agência de notícias Kyodo, mais de 3.400 casas foram destruídas.
Pelo menos 5,6 milhões de lares ainda estão sem eletricidade. Milhares de pessoas estão privadas de água potável.
As Forças de Autodefesa (FAD, nome oficial do exército nipônico) mobilizavam-se para organizar o socorro.
O exército americano ofereceu ajuda para o transporte de soldados e veículos, enquanto que navios da 7a Frota devem participar das operações de busca no mar, ao lado da marinha nipônica.
O terremoto, de magnitude 8,9, foi registrado na sexta-feira, às 14H46, hora local (02H46 de Brasília) a 24,4 quilômetros de profundidade e a uma centena de quilômetros ao
longo da prefeitura (Estado) de Miyagi.
As estradas quebraram-se como cascas de ovos, tamanha á força do tremor!
As primeiras equipes de socorro estão sendo esperadas para as próximas horas e são provenientes de Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos.
Seguem os principais acidentes ocorridos em instalações nucleares desde 1979:
- 28 de março de 1979 - ESTADOS UNIDOS - Em Three Mile Island (Pensilvânia), uma série de erros humanos e de falhas materiais impediram o resfriamento normal de um reator, cujo centro começou a derreter. Os dejetos radioativos provocaram uma enorme contaminação no interior do recinto de confinamento (Containment Building), mas não afetou a população nem o meio ambiente. Cerca de 140 mil pessoas foram temporariamente deslocadas. O acidente foi classificado no nível 5 da escala .
internacional de eventos nucleares (INES), de um total de sete níveis
Formou-se na baia um gigantesco redemoinho que tragou um pequeno barco!
- Agosto de 1979 - ESTADOS UNIDOS - Um vazamento de urânio em uma instalação nuclear secreta perto de Erwin (Tennessee) contaminou cerca de mil pessoas.
- Janeiro-Março de 1981 - JAPÃO - Quatro vazamentos radioativos ocorrem na usina nuclear de Tsuruga (centro). 278 pessoas foram contaminadas por radiação.
- 26 de abril de 1986 - URSS - O reator número 4 da usina soviética de Chernobyl (Ucrânia) explodiu durante um teste de segurança, causando a maior catástrofe nuclear civil da história e fazendo mais de 25 mil mortos (estimativas oficiais). Durante dez dias, o combustível nuclear queimou, jogando na atmosfera radionuclídeos de uma intensidade equivalente a mais de 200 bombas atômicas iguais a que caiu em Hiroshima e contaminando três quartos da Europa.
Raridades da segunda guerra, também
foram atingidos pelo Tswnami,
na base aerea de Matsushima
Moscou tentou encobrir o desastre e, depois, minimizar o acidente, classificado em nível 7. As vítimas foram em maioria russos, ucranianos e bielorrussos que participaram da limpeza e da construção de um sarcófago ao redor do reator acidentado.
- Abril de 1993 - RÚSSIA - Uma explosão na usina de reprocessamento de combustível irradiado em Tomsk-7, cidade secreta da Sibéria Ocidental, provocou a formação de uma nuvem e a projeção de matérias radioativas. O número de vítimas é desconhecido.
- 11 de março de 1997 - JAPÃO - A usina experimental de reprocessamento de Tokaimura (nordeste de Tóquio) foi parcialmente paralisada depois de um incêndio e de uma explosão que contaminou 37 pessoas.
Navios e grandes barcos pesqueiros foram jogados
para á terra como se fossem de brinquedo!
- 30 de setembro de 1999 - JAPÃO - Um novo acidente no centro de Tokaimura, devido a erro humano, levou a morte dois técnicos. Mais de 600 pessoas, funcionários e habitantes do entorno, foram expostas à radiação e cerca de 320 mil pessoas foram evacuadas da área. Esse acidente, classificado em nível 4, foi o mais grave depois de Chernobyl.
Os dois técnicos haviam provocado involuntariamente um acidente de criticidade (reação nuclear descontrolada) ao utilizar uma quantidade de urânio muito
superior à prevista durante o processo de fabricação.
Restaram apenas montes de entulhos formados por veiculos, containeres, vagões de trem, casas, e centenas de pessoas desaparecidas!
- 9 de agosto de 2004 - JAPÃO - Na usina nuclear de Mihama (centro), vapor não radioativo vazou por um encanamento que se rompeu em seguida, ao que parece, por uma grande corrosão, provocando a morte de cinco funcionários por queimaduras.
- 23 de julho de 2008 - FRANÇA - Durante uma operação de manutenção realizada em um dos reatores da usina nuclear de Tricastin (sul), substâncias radioativas vazaram, contaminando muito levemente uma centena de empregados.
- 12 de março de 2011 - JAPÃO - No dia seguinte a um terremoto muito forte seguido de tsunami, uma explosão ocorreu no reator da usina nuclear de Fukushima Nº1 (250 km ao norte de
Tóquio).
É muito triste uma noticia dessas, uma tremenda maldade com um povo que eu aprendi á admirar pela sua filosofia de vida, trabalho, determinação, disciplina, cultura, e principalmente pela imensa capacidade de superação diante das adversidades humanas e naturais, meus sinceros sentimentos a todo povo japones, as familias das vitimas fatais, aos desabrigados, e minha total solidariedade a todos aqueles que sofreram e sentiram na pele essa catastrofe sem limites, e digo mais mesmo com todos os terriveis empecilhos, á vitória sera sempre nossa, Deus abençõe a todos.
EDSON VALDEMIR DE MELO, 12 de Março de 2011.
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