Secretaria da Educação diz que greve dos professores de SP é "decisão política"
Em nota divulgada na noite desta sexta-feira, a Secretaria Estadual da Educação classificou a aprovação da greve dos professores da rede estadual de ensino de São Paulo como "uma decisão política". A paralisação, a partir da próxima segunda-feira (8), foi decidida em assembleia realizada nesta sexta-feira na praça da República, no centro de São Paulo, em frente à secretaria.
Professores da rede estadual de SP entram em greve
Professores da rede estadual de SP entram em greve
A secretaria considera a pauta de reivindicações da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) como "inimiga da melhoria da qualidade da educação de São Paulo", já que a entidade é contra as provas de avaliação dos professores.
"A secretaria confia que o conjunto dos professores, a exemplo das tentativas anteriores da Apeoesp, não vai se mobilizar em relação a essa pauta que só prejudica o ensino público e que é contrária aos próprios interesses dos professores", afirma a nota.
"A secretaria confia que o conjunto dos professores, a exemplo das tentativas anteriores da Apeoesp, não vai se mobilizar em relação a essa pauta que só prejudica o ensino público e que é contrária aos próprios interesses dos professores", afirma a nota.
Sobre o reajuste salarial que motivou a greve --a Apeoesp pede 34,3% para todos os professores-- a secretaria afirma que o Estado já investe 30% do orçamento em educação, e que não há condição econômica para sustentar um "aumento dessa dimensão, o que desorganizaria todos os programas que permitem o funcionamento das mais de 5.000 escolas estaduais".
De acordo com a Apeoesp, a proposta, feita pelo governo, de incorporar as gratificações ao salário cria um reajuste de 0,27% para professores até a 4ª série do ensino fundamental, e 0,59% para os professores da 5ª série do ensino fundamental ao ensino médio.
Cerca de 40 mil professores paralisaram suas atividades, com essa greve
Com a greve, os professores esperam que a gestão José Serra (PSDB) sinta-se pressionada e inicie um processo de negociação para o reajuste dos salários. A paralisação deve permanecer até a próxima sexta-feira (12), quando ocorre uma nova assembleia para avaliação e definição dos rumos a serem tomados. O local escolhido para o encontro foi o vão do Masp, na avenida Paulista --os organizadores esperam sair de lá em passeata.
O colunista Gilberto Dimenstein publicou hoje um texto descabido na Folha de São Paulo sobre a greve dos professores estaduais de São Paulo, com o título “uma greve contra os pobres”.
Os comentários de professores incrédulos com o colunista são a melhor parte da polêmica. Um comentário em particular é perfeito, escrito por Márcio Ferro:
Sou professor da rede estadual há oito anos e ocupo dois cargos como professor desde 2005. Este ano decidi que será o último no qual ocupo estes cargos. A partir do ano que vem mudarei de carreira e, infelizmente, largarei a profissão que um dia imaginei que desempenharia e que seria aquela que me realizaria como profissional e ser humano.
Estou cansado de ser tratado como um lixo pela política educacional (ou pela falta dela) do governo do estado de São Paulo. Sem um plano de carreira, sem condições de trabalho dignas, lidando semanalmente com mais de mil alunos (21 turmas x 50 alunos), recebendo um salário ridículo, sem nenhum benefício, tendo que pagar para tomar conta dos carros da escola, comprar água, sem horário para refeição, sofrendo com a violência por parte da comunidade (já levei tiros em porta de escola e fui agredido e presenciei agressões aos meus colegas), sem um apoio pedagógico realmente eficaz, entre muitos outros fatores.
Mas o que mais me chateia são as opiniões do senhor, Sr. Gilberto Dimenstein. Estou cansado de ser tratado em seus comentários como um mercenário que só pensa em dinheiro, ou como um alguém que falta quase que diariamente ao trabalho por pura negligência. Não aguento mais! Suas colunas também foram determinantes para me levar a tomar a decisão de largar o magistério. Meus amigos (que não são professores) leem suas opiniões e acham que estou aumentando a situação, que estou mentindo, pois ao lerem sua coluna e verem a propaganda do governo estadual, acreditam que a escola pública está uma maravilha.
Peço ao senhor que, ao publicar suas próximas colunas, pense, mas pense muito, em quantos professores o senhor está desmotivando. Informe-se, procure, estude e – acima de tudo – conheça a realidade das escolas estaduais das regiões periféricas. O senhor mesmo já percebeu que a atratividade da carreira do magistério é quase nula frente aos jovens concluintes do ensino médio. Trabalhe para valorizar a educação e não políticas educacionais pautadas pela economia e sem foco no ser humano.
Afirmo que estou em greve! Não só por salário, mas para que o filho do pobre – ao qual o senhor se refere em sua coluna – possa chegar ao fim do ensino médio com condições de igualdade para disputar com o filho do rico uma vaga no mercado de trabalho ou em uma universidade, sem precisar de cotas. Não aguento mais ver alunos sem saber ler e escrever egressos da escola pública. Formados. Porém sem esperanças e sendo motivo de piadas.
O fim do ombudsman
ResponderExcluirA Folha de São Paulo ficará dois meses sem ombudsman. Não há qualquer explicação para a lacuna, que seria tratada com a devida gravidade se alguém ainda levasse o jornal a sério.
Mas, realmente, fará alguma diferença? Ninguém espera grandes avanços depois que um profissional atencioso e preparado como Carlos Eduardo Lins da Silva foi incapaz de impedir exemplos de subjornalismo (a ficha falsa de Dilma Rousseff, o dossiê contra Victor Martins, a planilha de gastos do casal FHC, a tentação sexual de Lula), proselitismo reacionário (a Ditabranda e seus congêneres, o antipetismo botocudo) ou favorecimentos corporativos (a defesa da TV paga). Isso tudo em apenas dois anos de atividade.
Nas empresas que se preocupam com a fidelidade de seus clientes, o ouvidor possui função deliberativa: constrange funcionários, arranca soluções, desfaz vícios burocráticos. Já o ombudsman jornalístico virou função decorativa. Uma grife modernosa para criar ilusões participativas no leitor, devolvendo-lhe os invariáveis remedos justificativos das editorias. Convenhamos, é absurdo imaginar que uma empresa de comunicação de grande porte necessita contratar alguém que lhe aponte os erros mais bizantinos. Todo jornalista mediano, diplomado ou não, sabe perfeitamente reconhecer seus desvios cotidianos.
A Folha finge que não deve satisfações aos leitores, como se os seus tropeços administrativos (e seus desvios ideológicos) tivessem um respaldo transcendente e imutável. É esse despeito hipócrita que destrói a reputação do jornal.
Boa noite!
ResponderExcluir"o senhor"?? Foi uma demonstração de respeito.
VOCÊ... ficou bravo???
Fica não...
Boa tarde novinha, de maneira alguma eu ficaria bravo com voce, muito menos por isso, como eu te disse sou bastante participativo em quase todas as manifestações,desde que ela seja coerente e responsável, porque eu penso que á força para mudar-mos esse pais esta em nossas mãos, e não devemos desperdiçar os preciosos e raros momentos de espontaneidade.Um abraço.
ResponderExcluirBoa noite amigo Guilherme, á imprensa presta um grandioso e expressivo serviço de utilidade publica a todos que não podemos negar, quando ela apenas aplica o serviço informativo normal, agora á partir de quando eles começam com bloco de informações escorados por tidos ancoras de formação de opiniões, dai á coisa fica esclaxada.
ResponderExcluirPorque com suas opiniões particulares, eles aplicam á toda população uma espécie de lavagem cerebral, á partir dai eles moldam um entendimento e uma característica secundaria ao fato correto, tornando nisso em um precedente extremamente perigoso, pois pode expor uma pessoa inocente á uma culpabilidade e também ao ridiculo.
É fácil depois para o jornalista aparecer na fonte informativa e pedir as suas sinceras desculpas tentando com isso passar um pano no erro e contornar todo o assunto, mas pra aquele cidadão que foi duramente atingido ultrajado e exposto á essas criticas, não haverá palavra no mundo que reverta essa situação constrangedora, eu me lembro de um caso, sobre uma creche escola em São Paulo onde uma mãe por inveja e ódio dos donos, fez o próprio filho inventar uma historia fantasiosa de um estupro, que á imprensa usou aquela informação de forma errônea e destruiu á vida daquelas pessoas, que no final das contas ficou-se provado depois que eram todos inocentes, mas o estrago ja estava feito.
E também deve-se ter todo o respeito com todos os profissionais principalmente os professores que tentam de uma forma quase impossível de exercer o seu honroso trabalho lutando contra tudo e contra todos.
Na minha opinião particular, hoje em dia os pais mandam seus filhos para escola por dois motivos fundamentais, para que o professor lhes dê educação, e também para se verem livres deles. o professor foi treinado para ensinar e não para dar educação, educação voce tem que aprender em casa, e não na escola, se uma criança de uma forma ou de outra não teve á devida atenção dos pais que não conseguiram lhe ensinar nem o básico sobre educação, não sera o professor que conseguira essa façanha.
Por isso as coisas estão como estão hoje em dia, á grande violência nas escolas e o desrespeito com os nobres amigos docentes.
Um abraço.