AS APARÊNCIAS ENGANAM !
O GOVERNO ESTA TROCANDO EM MIUDOS
Dívida pública e remessas de
lucros aumentam no governo lula
“O Brasil zerou sua dívida externa e já
é agora credor”. Foi o anúncio realizado
com estardalhaço pelo governo Lula no dia
21 de fevereiro. No entanto, apenas um
olhar mais atento basta para ver que o
Brasil não se tornou credor dos outros
países, nem pagou a dívida externa.
Ao contrário do que é dito, a dívida
segue existindo e consumindo grande
parte dos recursos que iriam
para a área social.
Segundo os dados divulgados pelo governo,
o total de ativos do país em dólares já
supera a dívida externa do setor público
e privado. Isso significaria que toda a
dívida externa poderia ser paga utilizando
apenas as aplicações dos setores público
e privado no exterior. Só as chamadas
reservas internacionais acumulavam US$ 180,3
bilhões no final de janeiro. O total de
ativos do país teria superado, assim, o valor
da dívida externa em U$ 4 bilhões.
Dívida externa versus dívida interna !
A informação que os jornais relegavam
em segundo plano, no entanto, é a
chave pra entender a manobra realizada
pelo governo. A política do governo Lula
foi de trocar a dívida pública externa
pela interna. Desta forma, enquanto
alardeia o fim da dívida externa, a dívida
interna do país está a inacreditáveis
R$ 1,2 trilhão, ou 65% do PIB, o valor de
tudo o que o país produz em um ano.
Os títulos da dívida interna emitidos pelo
governo são mais caros e de prazos
mais curtos. O governo paga aos títulos
da dívida interna juros de 12,8% ao ano,
maiores que a taxa básica de juros,
a Selic, atualmente em 11,25%. Desta
forma, a dívida só aumenta. Em dezembro
de 2006 era de R$ 1,092 trilhão. Doze
meses depois somava R$ 1,224 trilhão.
A dívida pública total, interna e externa,
estava em R$1,311 trilhão em janeiro
deste ano. Só em 2008 vencem R$ 400
bilhões em títulos da dívida.
Isso significa que, ao contrário do
discurso do governo, os gastos com
a dívida aumentam cada vez mais.
Só em janeiro, o Brasil pagou nada
menos que R$ 13,4 bilhões de juros
da dívida. Para se ter uma idéia,
o Projeto de Lei Orçamentário para
2008 prevê R$ 12,7 bilhões para a
educação durante todo o ano.
O valor pago com juros só em
janeiro também é maior que todo
o orçamento do Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate
à Fome, responsável pelo Bolsa
Família, de R$ 13,2 bilhões.
Não por acaso, o anúncio de que
o país se tornara “credor” foi
realizado em meio à crescente
crise financeira e econômica que
se espalha no mundo a partir
dos EUA. O esforço é apresentar
o Brasil como uma ilha de
tranqüilidade imune aos efeitos
da crise, alcançando o
chamado grau de investimento
(investiment grade), espécie
de selo de qualidade concedido
pelas agências internacionais
de classificação de risco aos
países bons pagadores de
suas dívidas.
Reservas internacionais
Um dos principais feitos do
governo, segundo a propaganda
maciça desencadeada nos
últimos dias, refere-se às chamadas
reservas internacionais. Ela
serviria para conferir tranqüilidade
aos investidores estrangeiros,
garantindo o pagamento em
dia da dívida.
A chamada dívida externa é
o conjunto da dívida contraída
no exterior pelo setor público
e as empresas aqui instaladas.
Nessa conta entra tanto a
dívida contraída por governos
como por empresas. Desta
forma, uma dívida contraída
por uma filial de uma
multinacional com sua própria
matriz, seria contabilizada como
dívida externa.
Já as reservas internacionais
são os depósitos do Banco
Central em moeda estrangeira,
principalmente o dólar. Quando
há um investimento estrangeiro
no país, o BC toma esses
recursos e repassa o equivalente
em moeda nacional. Já quando
as empresas remetem lucros
às suas matrizes no exterior,
por exemplo, elas trocam o
real pelo dólar guardado no Banco
Central. Ou seja, as chamadas
reservas internacionais são a
garantia de que o governo e as
empresas aqui instaladas honrarão
seus compromissos no exterior.
E como o governo consegue
acumular esses recursos em
moeda estrangeira? Além da
balança comercial favorável,
ou seja, os dólares que
entram no país através das
exportações, o governo concedeu
total isenção de imposto aos
investimentos estrangeiros.
Os especuladores podem injetar
dólares no país sem o menor
custo, o que aumentou o
investimento externo. Com a
valorização do real, os
especuladores trocam títulos
da dívida externa, em dólar,
por títulos da dívida interna,
em real valorizado e com juros
maiores. Os dólares em
desvalorização ficam com o
Banco Central.
Grande parte das reservas,
porém, vem do chamado
superávit primário, a economia
que o governo faz cortando
investimentos e aplicando
uma política de arrocho nas
contas públicas, tirando
recursos de setores como
saúde e educação.
Economia dependente
O ufanismo comprado por boa
parte da imprensa dá conta
que agora “os gringos é que
devem ao Brasil”, conforme
estampou na capa o jornal
Correio Braziliense. No entanto,
nunca a economia do país
foi tão dependente quanto no
governo Lula. O real valorizado
em relação ao dólar, assim
como a economia
desnacionalizada, impulsionam
a remessas de lucros ao
exterior. Em 2007, as filiais
das multinacionais remeteram
R$ 21,2 bilhões às suas matrizes,
um recorde. Com a crise
econômica nos EUA, essa
tendência vai se aprofundar.
A crise financeira deve ainda
diminuir o montante de
investimentos estrangeiros.
A demanda por exportações,
oriunda principalmente da China,
também sentirá os efeitos da
recessão norte-americana.
Seguindo sua política econômica
pró-imperialista, o governo,
através do Banco Central e sua
equipe econômica, já anunciou
que manterá a meta de superávit
e, diante das turbulências
internacionais, ameaça aumentar
a taxa de juros.
Se existe alguma mudança,
principalmente no que se refere
às bandeiras da esquerda, é
que precisaremos falar de “dívida
pública” ao invés de tão somente
“dívida externa”. De resto,
continua tudo como está, só
que pior. A exigência de ruptura
com o imperialismo e do não
pagamento das dívidas segue
atual. O que é economizado
para pagar juros deve ser
investido no povo brasileiro,
o maior credor de todos os
governos deste país, incluindo
o de Lula.
DIVINA INTERNA É UMA COISA,
E DIVIDA EXTERNA É OUTRA.
Governo troca dívida
externa por interna
Em 1999, quando a dívida
externa atingiu seu pico,
totalizando US$ 225 bilhões,
o governo pagou US$ 60,7
bilhões só de juros.
Já em 2007, com a explosão
da dívida interna, o país
desembolsou R$ 237 bilhões
com juros e amortizações da
dívida, ou US$ 140 bilhões.
Só de juros foram pagos
R$ 160 bilhões, ou US$ 94 bilhões.
Em janeiro de 2008, o total
da dívida pública estava
em R$ 1,3 trilhão. Foram
pagos no mês R$ 13 bilhões
só de juros. Para comparar,
o Orçamento de 2008 prevê
R$ 12,7 bilhões para a educação.
O que é dívida externa
A dívida externa são os
compromissos assumidos
pelo governo e empresas
aqui instaladas com bancos
e investidores estrangeiros,
em dólar principalmente.
No caso da dívida externa
pública, é uma espécie de
empréstimo que o governo
faz, emitindo títulos em que
incidem os juros da taxa
básica de juros.
Já a dívida interna é aquela
contraída pelo setor público
através da emissão de
títulos em real. Investidores
estrangeiros compram títulos
da dívida interna, em real
e, com a desvalorização do
dólar, lucram duplamente.
Tanto pela valorização do
real quanto pelos juros
extorsivos. Quanto mais
dólares entram no país, mais
ele se desvaloriza frente
ao real e mais os
especuladores ganham.
Pagar á divida externa é,
como navegar em um
oceano turbulento !
Não pagar á divida externa é
como naufragar em em oceano
tranqüilo !
Pagar á divida externa é,
como navegar em um
oceano turbulento !
Não pagar á divida externa é
como naufragar em em oceano
tranqüilo !
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