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domingo, 22 de abril de 2018

438 DIAS.

O jornal “The Guardian” publicou um excerto do livro 438 Days, escrito por Jonathan Franklin,  em que Alvarenga conta como sobreviveu depois de ele e o seu jovem colega de pescaria, Ezequiel Córdoba, de 22 anos,  terem sido atingidos por uma tempestade, a 17 de novembro de 2012. De acordo com o livro, ao longo dos 14 meses que esteve perdido no mar, Alvarenga teve de combater a solidão, a depressão, os pensamentos suicidas, as alucinações e os animais selvagens que o rodeavam no oceano. Um dia depois de terem sido atingidos pela tempestade, Alvarenga tentou ignorar a água que sentia dentro do barco e ajudado por Ezequiel alinhar o barco com as ondas para que não naufragassem.  O barco de Alvarenga ficou cheio de água e todo o material que nele viajava acabou por cair ao mar. 
Um sobrevivente contra todos os 
prognósticos, que retornou 
para a terra firme.
Sua família ja o tinha como perdido, 
mas sua imensa determinação, fé e 
vontade de viver o trouxeram de volta.
Salvaram-se apenas a arca frigorífica, que serviu para os dois pescadores se abrigarem do frio e do sol, o GPS (avariado) e o rádio que se avariou horas depois. Perante o cenário desolador, Ezequiel entrou em pânico, dizendo que o barco iria naufragar e que os tubarões os iam devorar. Alvarenga conseguiu manter a calma e mostrou-se decidido a continuar a navegar até que conseguissem encontrar ajuda. Cerca das 9:00 do dia 18 de novembro, Alvarenga avistou o topo de uma montanha e percebeu que estariam apenas a duas horas de terra, quando o motor avariou. Por rádio, o pescador deu o alerta ao patrão, mas nem tudo correu pelo melhor. Alvarenga e Ezequiel decidiram devolver ao mar os 500 quilos de peixe que tinham pescado e que tornava o barco mais instável perante as ondas que enfrentavam. 
Mais de um ano desaparecido e 
vivendo em meio as ondas, fazem
 imensa diferença a qualquer ser humano.
Horrível demais estar sozinho em 
uma infinidade de água e sem saber 
para onde a correnteza  te levara.
Depois, para tornar o barco mais leve, desfizeram-se do motor, do gelo e da gasolina extra. No final, juntaram esforços para tirar a água que tinha entrado no barco. Com o barco sem peso extra, era agora necessário arranjar comida para que conseguissem sobreviver até encontrar ajuda. Alvarenga conseguiu capturar alimento graças às maneiras engenhosas para capturar peixe, aves e até tartarugas. Juntos, os dois comiam o peixe que apanhavam e recolhiam água da chuva para terem o que beber. Quando esta escasseava, os dois pescadores bebiam a própria urina ou o sangue de tartarugas. Culpo-me pela sua morte, contou Alvarenga. O desejo de viver e o medo do suicídio (a mãe tinha-lhe garantido que aqueles que se matam nunca chegam ao céu) fizeram-no continuar a procurar soluções para continuar vivo.
O ser humano se torna infinitamente
 pequeno em vista de toda a 
grandeza do mar aberto. 
 Ondas gigantescas se formam do nada, 
e sem nenhuma dificuldade podem 
afundar qualquer embarcação
 independente do seu tamanho.
O mar é muito misterioso e poderoso, 
 desafia-lo e sair inteiro, não
 é para qualquer um. 
Até que avistou terra. Inicialmente pensou que se tratava de mais uma alucinação como as que tinha tido nos últimos meses, mas rapidamente chegou à conclusão de que não era uma miragem.  Quando se encontrava perto da ilha, atirou-se à água e nadou até chegar a terra firme. Foi encontrado por Emi Libokmeto e Russel Laikidrik que o acolheram em sua casa. Era dia 30 de janeiro de 2014. Jose Salvador Alvarenga estava a salvo. A sua longa viagem tinha terminado. Os médicos, do Hospital de Majuro,  que o acompanharam desde que foi resgatado, mantiveram-no na ilha por 11 dias, uma vez que o pescador estava muito desidratado. Durante uma breve conferência de imprensa, José Salvador Alvarenga agradeceu “ao governo das Ilhas Marshall por tudo” o que fizeram por ele e, também, “aos amigos” que apoiaram.  A 10 de fevereiro de 2014, Alvarenga foi levado para El Salvador, onde finalmente se reencontrou com a família.  Durante meses, Alvarenga permaneceu em choque, com medo profundo de água, a precisar de companhia constante e de dormir com as luzes acesas. Apensa um ano depois, o pescador conseguiu examinar os mapas que mostraram a sua viagem de 438 dias à deriva no Oceano Pacífico.  "Sofri fome, sede e solidão extrema e, mesmo assim, não terminei com a minha vida. Só tens uma oportunidade para viver... Tens de a aproveitar”.
Fonte The Guardian.

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